segunda-feira, 31 de maio de 2010

Que Pessoa...




"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas... e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Pessoa

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Robin Hood, o homem por trás da lenda... que belo filme! Nunca mais tinha ouvido falar de princípios abordados neste filme, como lealdade, coragem, ética, amizade. Apesar de Homem de Ferro ter excedido em bilheteria, fica aqui meu registro

sábado, 15 de maio de 2010

Mais uma de Caetano


Aproveitar o aproveitável: é o que nos resta fazer quanto às últimas declarações de Caetano Veloso, pois desde a crítica infeliz que fez a Lula e contestada envergonhadamente por sua mãe, dona Canô, no alto dos seus 101 anos e com muito mais sanidade mental que seu filho, que Caetano desandou a falar bobagem. Só nos resta colocar nas “falas” dele um "parafraseado" slogan de ACM : fala besteira , mas canta!
Amalgamar o nome de ACM à origem do pelourinho pode até parecer pertinente - já que coronéis costumavam mandar bater nos seus escravos e maltratava-os no pelourinho, quando contrariado - mas, vamos e convenhamos que nosso (enfim) finado Senador não era tão velho assim (Não me refiro às atitudes, mas à época). Colocá-lo como feitor do pelourinho é, no mínimo, irônico, quando não, Anátema.
Caetano parece mesmo adorar enganações feitas para a classe média, como bem lhe disse Paulo Leminski. Para ele, basta parecer bom para quem vê, não precisa ser de fato bom, para quem vive ou usufrui. Usar a verba destinada para oferecer uma infra-estrutura eficiente para os moradores e comerciantes do Pelourinho é o que menos importa para esta espécie de inglês que vem nos vê, mas não para o Secretário da Cultura Márcio Meirelles; e olha que ele é autor de um grande filme e poderia beneficiar-se de uma espécie de "licença hipócrita poética" e nos fazer lembrar o filme Saneamento Básico.
Só falta agora colocar a verba nas mãos do verborréico filho de D. Canô e deixá-lo pintar com cores bem felizes, a infelicidade do povo que mora e trabalha no interior dos casarões do Pelô, como fez ACM. Ó paí ó!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Meu caro amigo


Em entrevista de Daniel Cariello e Thiago Araújo, publica no dia 29/04/2010 pela revista Brazuca, os jornalistas se depararam com uma estrela que não foi ofuscada pela própria luz, Chico Buarque de Holanda.
Cadê você, Chico?
Estes olhos verdes que permearam o imaginário e a fantasia de muitas mocinhas da década de 70 e que até hoje são capazes de desestruturar muita gente, são mais que olhos: BURACOS! Fendas eternamente abertas para o novo, o belo, o mutável. Como um ser heracliniano, Chico é o hoje, sempre!
“Se tiver bola, eu dou a entrevista”. Gente, se ele der bola, muita gente o dará bem mais do que uma entrevista, com açúcar e com afeto. Esta simplicidade concomitante com a incomensurável inteligência desse homem, brasileiro, cosmopolita, glocal, é ferramenta de construção de uma personalidade referencial do nosso país. Numa época em que não se usava ousar, ele nos falou das mulheres de todas as maneiras, como se uma fosse. Falou-nos do sangue derramado pelos que não se ajoelharam às arbitrariedades e não se calaram nem se calam, como se cálice fosse!
A banda não passou sem que ele percebesse seus acordes e nos acordasse para ouvi-la. Suas letras são acalantos para muitas dores e muitos amores e desencantos.
Ele lê o Le Monde, seu pai foi um dos fundadores do PT, seu sobrenome está em um dos mais consagrados dicionários da nossa língua e mesmo assim, ele é cordato, elegante, modesto e respeitoso. É um homem que se põe além da miopia de que é concernida toda cultura, e ao contemplar de fora se dá conta do que existe dentro deixando muito claro que “quem sai aos seus, não degenera”, pois segue os passos do pai que, de Berlim, começou a escrever Raízes do Brasil.
Ele trocaria tudo que conquistou como músico e escritor, por uma carreira no futebol. É, sem dúvida nossas entrevistas esportivas ficariam bem mais interessantes e menos monossilábicas, mas é certo que nossas memórias musicais seriam bem mais pobres!
Vou ficando por aqui, por que falar de Chico Buarque é como ser convidada para uma feijoada completa: não se pode rejeitar nem se consegue parar de degustar este prazer até o fim, até que chegue segunda-feira e eu precise entregar este texto pra Sérgio!