domingo, 2 de janeiro de 2011

Sou Irôko


Por muitas vezes me vi representando situações usando analogias com árvores, suas raízes, sombras, galhos e frutos...
Nos últimos dias de 2010, numa situação mística e surpreendende, fiquei sabendo que meu orixá é IRÔKO, uma árvore e ao mesmo tempo, o tempo!
seus filhos são raros, sua cor é verde ou cinza, seu dia é terça-feira.
Sou irõko e vejo nisso toda a pertinência do subjetivo!

domingo, 5 de dezembro de 2010

As palavras como coisas e as coisas como palavras; Sobre a face panoptica da Psicologia

Resumo


Este ensaio se propõe a um pensamento dialético-reflexivo sobre o papel da psicologia a favor do poder e do saber na construção da subjetividade em todos os âmbitos da vida humana. Em conformidade com o pensamento de Michel Foucault e sua instigante maneira de formar novas concepções sobre conceitos institucionalizados, sem a pretensão de esgotar o assunto nem abranger todas as miríades a que o argumento nos remete.

Palavras-chave: Psicologia, disciplina, poder, saber, ética.


Abstract


This essay proposes a dialectical thinking and reflective about the role of psychology in favor of power and knowledge in the construction of subjectivity in all spheres of human life. In line with the thinking of Michel Foucault and his provocative way of forming new conceptions of institutionalized concepts; Without intending to be exhaustive or cover all the myriads that argument reminds.

Keywords: Psychology, discipline, power, knowledge, ethics.

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Introdução

O sujeito de Foucault com sua genealogia contingente como o rio de Heráclito, é cônscio da sua indefectível capacidade de transformar-se e mudar o seu mundo, mas, na ilusão de acreditar que a estabilidade é o modelo mais confiável de ser, pensar e agir - posto que destituído de imprevisibilidades – avança nas descobertas enquanto concomitantemente cria o medo do devir (e do devir diferente, em especial). Este tipo de pensamento alienado causa inconformismo e repulsão por qualquer idéia que tire este sujeito da sua zona de conforto e este “ser” recém criado pela modernidade – o homem – tece sua teia como ferramenta apta a capturar o desconhecido, observá-lo, conhecê-lo e dominá-lo. No caso da educação não é diferente! A vontade de disciplinar, nada mais é do que conhecer para controlar o poder que o saber pode vir a exercer nas mãos de quem o detém. E quem há de dizer que a Psicologia não se presta a tal papel? E quem disse que não é a detenção técnica dessa estrutura de poder, que o psicólogo vislumbra, respaldado por conceitos científicos e metodológicos?



Fundamentação

É necessário que lembremos que para ser reconhecida como ciência, a Psicologia lutou para desvencilhar-se de conceitos pré-estabelecidos e criar uma ciência independente destes conceitos e preceitos. Julgou ser livre para ser detentora dos conhecimentos concernentes à subjetividade humana. Porém, o que se observa é que a psicologia se encontra ainda engessada em moldes pré-fabricados disciplinarmente onde num jogo de sombra e luz aliena-se a instrumentos sutis de adestramentos comportamentais como o fora às ciências das quais pretendeu desvencilhar-se, pois bebe em suas fontes para obter mais conhecimentos e deter saberes; Mas, “não há saber neutro”, como diz Foucault em sua obra Vigiar e Punir (1975) e ratificada nas palavras de Roberto Machado, na introdução do livro Microfísica do Poder (1984), também de Michel Foucault. “Todo saber é político”, diz ele, “e tem sua gênese em relações de poder”, reafirma. É neste círculo virtuoso que o poder produz saber que produz individualidades que busca cada vez mais saber para obter mais poder, num incansável e necessário descobrir-se e desbravar-se nesta espécie de ouroboros alquímico. Não foi assim que se desenvolveu a "antropologia jurídica", "psicologia social", "bioarquitetura" dentre várias outras que são amplamente estudadas nos dias de hoje?! Se devemos aplaudir aos pesquisadores que, por coragem e ocasião, desvendaram novos horizontes de conhecimento e cultura, devemos - de igual modo - ver novas abordagens epistemológicas e pensadores controversos como novos desbravadores. Nesta constante e necessária produção de discursos/verdades, é que o poder exerce sua eficácia produtiva. A busca incessante por maiores conhecimentos acaba favorecendo o descobrimento de novas formas de pensar as ciências e em particular, pensar a psicologia científica em meio às diversas vertentes/correntes de pensamento. Mas, não vamos nos iludir de que este processo não se dê mediante “novas” abordagens metodológicas derivadas de regras e procedimentos de produção do conhecimento considerados válidos (enquanto subjugados e submissos ao que é legitimado hegemonicamente), numa sucessiva e já esperada cristalização de axiomas. Como diz Foucault: O saber produz poder e o poder pressupõe resistência.
No primeiro tópico da síntese de L.C.Figueiredo, o autor do livro Psicologia, uma (nova) introdução (2000), faz menção à experiência da subjetividade privatizada como uma precondição para que se formulem objetos da psicologia científica. Ora, esta subjetividade não é tão privatizada assim, antes, é um produto de sujeições públicas a que fomos expostos e dispostos no processo de disciplinarização com instrumentos ortopédicos de “emolduração” de individualidades (numa “disciplina de almas”), ao qual o sistema nos impele sub-repticiamente. Qualquer trejeito idiossincrásico radical não é bem visto pela sociedade e é fatalmente “sugestionado” a um comportamento normativo, visando - muitas vezes inescrupulosamente - a promoção de indivíduos transparentes socialmente, tão inseridos nas normas que não mais se distinguem, apenas obedecem;"É que o saber não é feito para compreender, ele é feito para cortar." (Foucault, 1984, p. 28). Sujeitos dóceis e moldáveis subjugados a moverem-se na direção que lhes for apontada como certa, sem discernimento nem opinião. Robotizados em seus corpos regulados. A disciplina também é um princípio de controle do discurso e nesta posição de amoldar a palavra às circunstâncias, amoldam-se pensamentos e paulatinamente os convertem em “coisas” politicamente tidas como socialmente aceitáveis. A idéia do sujeito fragmentado está associada às normas que ele precisa se adequar e neste contexto, a psicologia promove esta engenharia comportamental. Não precisa ser completamente normatizado, basta parecer que é para ser aceito no convívio social, pela linguagem, pela vida e pelo trabalho. A vontade de conhecer o outro e ajudá-lo não se tratará de uma máscara institucionalizada de conhecê-lo para dominá-lo? É a psicologia científica se articulando para servir à disciplina. Disciplina aplicada a uma ortopedia dos sentidos.
Todavia, na segunda abordagem, L.C.Figueiredo cita o fato de que não somos assim tão livres e tão diferentes quanto imaginávamos. Mas, nunca o fomos!!! Na pós-modernidade o sujeito se colocou na posição de pensar-se/imaginar-se como livre para tomar suas decisões, entretanto essa é uma liberdade aparente, pois o controle exercido sobre o homem continua a existir. Na torre de marfim em que o sujeito da pós-modernidade se coloca (e aí se insere o psicólogo), ele é levado a crer que é o único responsável pelo seu sucesso pessoal (mesmo que a sociedade capitalista não dê a todos os mesmos direitos e oportunidades) e cai em si quando se dá conta de suas limitações. Quando ele percebe que não é tão livre e que não possui os meios para alcançar o que a sociedade exige, entra em sofrimento/crise. Tal crise pode ser definida como a crise da subjetividade privatizada, onde o que não era tão claramente definido passa a ter outro sentido, dá-se conta do quanto a sociedade influencia no modo de pensar(linguagem), agir(trabalho) e viver(vida), fazendo com que se frustre, mas que também possa identificar quais os agentes e modificar sua relação com estes, pois o poder não é somente negativo, ele também é um poderoso construtor de percepções e decisões, o poder também disciplina esta constante construção de individualidades, as fortalece e faz, em meio a processos de “troca de pele”, nascer e fazer-se um novo homem. Cônscio de sua capacidade de racionalização e superação cartesiana. Porém, qualquer teoria é, por natureza, provisória, posto que diacrônica, e depende de um estado de desenvolvimento da pesquisa que aceita seus limites, seu inacabado, sua parcialidade; pensamento outrora defendido por David Hume e Max Weber e transcrita em forma de crítica inquieta, por Michel Foucault em cada uma das suas obras.
Numa reedição de uma metafísica Kantiana, onde o saber se constitui nos meandros dos conceitos e da intuição, o psicólogo tem esta característica panoptica, já que observa o outro através de ferramentas de percepção que o observado não dispõe. A ilusão de controlar não é malfazeja, porém, é de bom senso sabê-la/fazê-la útil, não dócil. Como diz Foucault: A disciplina aumenta a força em termos econômicos e diminui a resistência que o corpo pode oferecer ao poder (Foucault, 1997, p:119) . Infelizmente, a isso também se presta a psicologia: a moldar corpos e mentes dóceis, fáceis de serem manipuladas pelo que a sociedade vigente elege como oportuno. Mas, é a isto que a psicologia quer se prestar? A Forjar indivíduos seriados a se tornarem força útil se ao mesmo tempo for produtivo e submisso? Antes, a Psicologia deveria primar por facilitar aos indivíduos a sua autonomia para discernir o que é certo e bom para cada um deles. Respeitados na sua soberania, autonomia e identidade.
Todavia, no seu livro Psicologia: uma (nova) introdução (2004), L,C. Figueiredo faz emergir a suspeita de que a liberdade e a singularidade dos indivíduos são ilusórias, como que se abrisse a caixa de Pandora para uma realidade que a cada instância se desfaz da névoa na qual os seres ditos superiores, estão envoltos desde a época do iluminismo com seu pensamento antropocêntrico e pautado pelo imperativo moral hipotético vigente. Na abertura para novos projetos de previsão e controle científicos do comportamento individual, fica a pergunta: novo em quê? Já que se dá em moldes conhecidos dantes como coercitivos e cristalizados em nosso subconsciente como se fora natural.



Conclusão

Nessa linha de pensamento, o psicólogo trabalha para o controle social do Estado ou pelo controle social do cidadão tendo na clínica uma longa tradição de promotora de emancipação social ou individual. Compete ao psicólogo interrogar-se! Portanto, a psicologia - assim como a educação - deveria, por princípios, preocupar-se mais com a subjetividade humana e seus meandros do que com a objetividade que suas visibilidades sociais lhes proporcionam enquanto ferramentas disciplinadoras e alienantes dos serem a que se pretende libertar pelo conhecimento individual ou social; Imbricando técnica com ética, sem inferências e com conceitos adquiridos no decorrer de sua ontogenia. Se quisermos fazer algo de novo, precisamos olhar o mundo sob novos prismas, começando por nós mesmos esse movimento de emponderamento, como sujeitos de ordem e de emancipação. Estando a psicologia em todas as instituições sociais e diretamente implicada no controle social (enquanto saber e enquanto política), vale emergir a todo instante o seu código de ética - conseguido mediante lutas ideológicas contrapostas de ser/não ser o indivíduo, objeto passível de análise - promover uma psicologia voltada às afecções do espírito onde os papéis sejam respeitados e sua singularidade seja não só preservada, como exaltada. Cabe à psicologia adentrar novos terrenos de desenvolvimento emancipatório sem se deixar dominar por normas invasivas e unilaterais, constituídas pelo Estado. Claro que sem auto-continência, sem autocontrole, não se governa os outros, mas o papel do psicólogo é promover a auto-gestão do seu objeto de estudo, o homem! Estabelecer a instauração de seus “sítios arqueológicos” e olhar o lado, se não positivo, necessário das disciplinas - e uma boa razão para as normas é que elas propiciam o desvio em forças que se opõem e se desenvolvem pela oposição. Tendo a natureza humana como inerentemente mutável - mas não auto-mutável, posto que não dependa totalmente do homem manipulá-la ou moldá-la, mas também das forças normatizadoras da sociedade que o cerca - é campo fértil para novas possibilidades, sempre! Só o que nos afeta é o que importa. Só o que nos afeta é que nos move e as paixões e as normas sociais é o que mais nos afetam; e estas paixões humanas só se realizam socialmente. Resta saber até que ponto nossas raízes aguadas e fincadas em terreno coletivo/punitivo nos dará troncos fortes e galhos fartos para que nos sentemos à sombra de nossa liberdade de escolha, experiências e concepções próprias, pessoais/subjetivas. A quantos ciclos de repetições seremos submetidos antes que nos dêem crédito neste mundo de saber institucionalizado? Esperamos, confiamos que os papéis sejam cumpridos.















Referências Bibliográficas:

FIGUEIREDO, Luis Cláudio e Santi, Pedro Luis Ribeiro. Psicologia: uma (nova) introdução. São Paulo: EDUC, 2004

FOUCAULT, Michel. As Palavras e as Coisas. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

_______ Microfísica do poder. Tradução e Organização de: Roberto Machado.
Rio de janeiro: Editora Graal, 296p.

_______ Vigiar e Punir: Nascimento das prisões. Tradução e Organização de:
Raquel Ramalhete, Petrópolis: Editora Vozes, 26º Edição, 1987, 288p.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Sopa de letrinhas


Acho muito interessante como conhecer pessoas leva você a conhecer-se mais, sempre!
O que a princípio te parece tão interessante, aos poucos vai-se deixando cair a máscara ou mesmo, aquele seu insight vem à tona e você se dá conta que primeira impressão, a sua intuição com relação àquela pessoa, era a verdadeira face dela!
Aí compreende a profundidade da sua sensibilidade...
Mesmo que por meio de palavras, as pessoas sempre mostram quem são!
Não vale a pena gerar personagens diferentes para estantes diferentes; Você sempre se mostrará quem é para quem estiver atento à enxergar mais do que a aparência!
Então, melhor ser você mesmo e colocar na sua panela tudo o que de você faz parte. Sem receio de parecer ser...
A panela é sua,
o que você pensa a respeito das coisas é um direito seu,
o sabor que você dá à vida é uma opção sua...
E se não gostarem, comam menos!!!

terça-feira, 20 de julho de 2010

Depois de algum tempo você aprende...

Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar
a mão e acorrentar uma alma".
E você aprende que amar não significa apoiar-se, e que companhia nem sempre
significa segurança.
E começa a aprender que beijos não são contratos e nem promessas.
E começa a aceitar suas derrotas com a cabeça erguida e olhos adiante,com a
graça de um adulto e não com tristeza de uma criança.
E aprende a construir todas as suas estradas no hoje porque o terreno do
amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em
meio ao vão.
Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto por muito
tempo.
E aprende que não importa o quanto você se importe, algumas pessoas
simplesmente não se importam...
E aceita que não importa quão boa seja uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em
quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.
Descobre que leva-se um tempo para construir confiança e apenas segundos
para destruí-la, e que você pode fazer coisas em um instante, das quais se
arrependerá pelo resto da vida.
Aprende que verdadeiras amizades continuam a crescer mesmo a longas
distâncias .
E o que importa não é o que você tem na vida, mas quem você tem na vida.
E que bons amigos é a família que nos permitiram escolher.
Aprende que não temos que mudar de amigos se compreendemos que os amigos
mudam. Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer coisa, ou
nada, e terem bons momentos juntos.
Descobre que as pessoas com quem você mais se importa na vida são tomadas de
você muito depressa... Por isso,sempre devemos deixar as pessoas que amamos
com palavras amorosas, pode ser a última vez que a vejamos.
Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas
nós somos responsáveis por nós mesmos.
Começa a aprender que não se deve comparar com os outros, mas com o melhor
que se pode ser.
Descobre que se leva muito tempo para se tornar a pessoa que se quer ser, e
que o tempo é curto.
Aprende que não importa onde já chegou, mas onde está indo, mas se você não
sabe para onde está indo, qualquer lugar serve.
Aprende que,ou você controla seus atos ou eles o controlarão, e que ser
flexível não significa ser fraco ou não ter personalidade,pois não importa
quão delicada e frágil seja uma situação, sempre existem dois lados.
Aprende que os heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer,
enfrentando as conseqüências.
Aprende de que paciência requer muita prática.
Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que o chute quando você
cai, é uma das poucas que o ajudam a levantar-se.
Aprende que maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se
teve e o que você aprendeu com elas, do que com quantos aniversários você
celebrou.
Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos são bobagens,
poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse
nisso.
Aprende que quando esta com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso
não te dá o direito de ser cruel.
Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer que ame, não
significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem
pessoas que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver
isso.
Aprende que nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes
você tem que aprender a perdoar-se a si mesmo.
Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento
condenado.
Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo
não pára para que você o conserte.
Aprende que o tempo não é algo que possa voltar para trás.
Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, ao invés de esperar que
alguém lhe traga flores.
E você aprende que realmente pode suportar... Que realmente é forte, e que
pode ir muito mais longe... Depois de pensar que não se pode mais . E que
realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! "

(WILLIAM SHAKESPEARE)

quinta-feira, 15 de julho de 2010

segunda-feira, 31 de maio de 2010

Que Pessoa...




"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas... e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." Pessoa

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Robin Hood, o homem por trás da lenda... que belo filme! Nunca mais tinha ouvido falar de princípios abordados neste filme, como lealdade, coragem, ética, amizade. Apesar de Homem de Ferro ter excedido em bilheteria, fica aqui meu registro

sábado, 15 de maio de 2010

Mais uma de Caetano


Aproveitar o aproveitável: é o que nos resta fazer quanto às últimas declarações de Caetano Veloso, pois desde a crítica infeliz que fez a Lula e contestada envergonhadamente por sua mãe, dona Canô, no alto dos seus 101 anos e com muito mais sanidade mental que seu filho, que Caetano desandou a falar bobagem. Só nos resta colocar nas “falas” dele um "parafraseado" slogan de ACM : fala besteira , mas canta!
Amalgamar o nome de ACM à origem do pelourinho pode até parecer pertinente - já que coronéis costumavam mandar bater nos seus escravos e maltratava-os no pelourinho, quando contrariado - mas, vamos e convenhamos que nosso (enfim) finado Senador não era tão velho assim (Não me refiro às atitudes, mas à época). Colocá-lo como feitor do pelourinho é, no mínimo, irônico, quando não, Anátema.
Caetano parece mesmo adorar enganações feitas para a classe média, como bem lhe disse Paulo Leminski. Para ele, basta parecer bom para quem vê, não precisa ser de fato bom, para quem vive ou usufrui. Usar a verba destinada para oferecer uma infra-estrutura eficiente para os moradores e comerciantes do Pelourinho é o que menos importa para esta espécie de inglês que vem nos vê, mas não para o Secretário da Cultura Márcio Meirelles; e olha que ele é autor de um grande filme e poderia beneficiar-se de uma espécie de "licença hipócrita poética" e nos fazer lembrar o filme Saneamento Básico.
Só falta agora colocar a verba nas mãos do verborréico filho de D. Canô e deixá-lo pintar com cores bem felizes, a infelicidade do povo que mora e trabalha no interior dos casarões do Pelô, como fez ACM. Ó paí ó!

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Meu caro amigo


Em entrevista de Daniel Cariello e Thiago Araújo, publica no dia 29/04/2010 pela revista Brazuca, os jornalistas se depararam com uma estrela que não foi ofuscada pela própria luz, Chico Buarque de Holanda.
Cadê você, Chico?
Estes olhos verdes que permearam o imaginário e a fantasia de muitas mocinhas da década de 70 e que até hoje são capazes de desestruturar muita gente, são mais que olhos: BURACOS! Fendas eternamente abertas para o novo, o belo, o mutável. Como um ser heracliniano, Chico é o hoje, sempre!
“Se tiver bola, eu dou a entrevista”. Gente, se ele der bola, muita gente o dará bem mais do que uma entrevista, com açúcar e com afeto. Esta simplicidade concomitante com a incomensurável inteligência desse homem, brasileiro, cosmopolita, glocal, é ferramenta de construção de uma personalidade referencial do nosso país. Numa época em que não se usava ousar, ele nos falou das mulheres de todas as maneiras, como se uma fosse. Falou-nos do sangue derramado pelos que não se ajoelharam às arbitrariedades e não se calaram nem se calam, como se cálice fosse!
A banda não passou sem que ele percebesse seus acordes e nos acordasse para ouvi-la. Suas letras são acalantos para muitas dores e muitos amores e desencantos.
Ele lê o Le Monde, seu pai foi um dos fundadores do PT, seu sobrenome está em um dos mais consagrados dicionários da nossa língua e mesmo assim, ele é cordato, elegante, modesto e respeitoso. É um homem que se põe além da miopia de que é concernida toda cultura, e ao contemplar de fora se dá conta do que existe dentro deixando muito claro que “quem sai aos seus, não degenera”, pois segue os passos do pai que, de Berlim, começou a escrever Raízes do Brasil.
Ele trocaria tudo que conquistou como músico e escritor, por uma carreira no futebol. É, sem dúvida nossas entrevistas esportivas ficariam bem mais interessantes e menos monossilábicas, mas é certo que nossas memórias musicais seriam bem mais pobres!
Vou ficando por aqui, por que falar de Chico Buarque é como ser convidada para uma feijoada completa: não se pode rejeitar nem se consegue parar de degustar este prazer até o fim, até que chegue segunda-feira e eu precise entregar este texto pra Sérgio!

sábado, 10 de abril de 2010

Dia besta...


A vida trepidando lá fora e eu nessa rota tão segura...
Quero o que não esperava encontrar
Ouvir o que não esperava nem conhecia
Quero me surpreender com as pessoas, mas elas são sempre tão previsíveis...
Quero a adrenalina da surpresa boa, da palavra diferente, da pessoa-gente
Mas, é tudo muito "cardápio do Mc Donald"... vc pode até não ter provado, mas já sabe o que tem ali.
ô povo besta que diz só o que se espera, tem atitudes absolutamente previsíveis e não acrescentam absolutamente nada a este dia besta!

quinta-feira, 4 de março de 2010

Paciência - Lenine e Dudu Falcão








Mesmo quando tudo pede um pouco mais de calma
Até quando o corpo pede um pouco mais de alma
A vida não pára
Enquanto o tempo acelera e pede pressa
Eu me recuso, faço hora, vou na valsa
A vida é tão rara
Enquanto todo mundo espera a cura do mal
E a loucura finge que isso tudo e normal
Eu finjo ter paciência
O mundo vai girando cada vez mais veloz
A gente espera do mundo e o mundo espera de nós
Um pouco mais de paciência
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esse tempo para perder
E quem quer saber?!
A vida é tão rara... tão rara...
Mesmo quanto tudo pede um pouco mais de calma
Mesmo quando o corpo pede um pouco mais de alma
Eu sei... A vida não pára... A vida não pára não...
Será que é tempo que lhe falta pra perceber
Será que temos esses tempo pra perder
E quem quer saber?!
A vida é tão rara... Tão rara... Tão rara... A vida é tão rara...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

DIÁRIO DE BORDO 2




É,a vida é mesmo muito interessante... vamos percebendo aos poucos que no príncípio enxergávamos tudo desfocado e achávamos que a falta de foco estava no objto observado e não nos nossos olhos. Assim foi com minha viagem à Curitiba.
Cheguei e me assustei com a forma das coisas e pessoas e só com o passar do tempo fui me permitindo adaptar minha retina à luz dessa nova imagem que se formava ao meu redor: Curitiba e os curitibanos.
Hoje, às vésperas de deixar esta cidade, consigo ver a beleza dessa gente que estranha à príncípio e se desmancha em favores e generosidades com o passar dos dias.
Pude ver que para se ter lugares tão bem preservados é preciso levar seu trabalho com afinco e seriedade. Aqui tudo funciona e o melhor foi perceber que o preconceito estava em mim, não neles! Aqui se beija em qualquer lugar quem vc quizer beijar, homem ou mulher, seja vc homem ou mulher...e todo mundo acha super-natural.
Aqui, vi o trânsito de uma grande avenida parar (literalmente) para dar passagem a um velhinho de bengala que não poderia caminhar mais alguns passos até a faixa de pedestres. E isso sem uma buzina o apressando ou o precionando.
Aqui vi regras d acesso a alguns locais serem mudadas para se adequarem à pessoas especiais... e tudo isso na maior cortesia e respeito.
Fui a um churrasco na casa da senhora que chamou baiano de preguiçoso e que eu (intolerantemente) retruquei que baiano é tão preguiçoso quanto curitibano é mal-educado. E foi uma delícia e trocamos telefone, e-mais e presentes...
Isso aqui foi uma viagem mais que geográfica e saio daqui deixando saudades levando lembranças.
Tenho tudo o que aprender da vida...que bom!!!!

domingo, 10 de janeiro de 2010

CUritiba


Estou nesta cidade fria, de gente fria...
Até que ponto o clima repercute na personalidade dos habitantes de um lugar?
A cidade que estou não é a minha... é de estranhos.
Cidade limpa, higiênica, politicamente correta com seus corredores p/ deficientes e acessos para todos...no entanto, o povo parece usar uma armadura escrita; "PARE", sempre. Parecem personagens de ópera bufa. Sem sentimentos, sem emoções, sem alface no dente... só na alma... A alma dessa gente me parece esquálida e sem beleza. A beleza daqui vem dos outros, não deles. Os deficientes tem rampas de acesso a tudo quanto é lugar mas o acesso à essa gente é deficiente; combina com a ar higiênico demais... onde se limpou tanto que tirou o cheiro próprio. É quase uma água mineral: sem cheiro, sem cor, sem gosto! Inóspida e inodora!
O trânsito aqui flui, mas não a interação entre as pessoas.
Só o que chama a atenção é que numa terra tão "água mineral", a cor das flores seja tão intensa. É engraçado ver a falta de polidez desse povo que se acha tão civilizado.
Aqui você vem, vê e sai sem sentir vontade de voltar!