segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

DIÁRIO DE BORDO 2




É,a vida é mesmo muito interessante... vamos percebendo aos poucos que no príncípio enxergávamos tudo desfocado e achávamos que a falta de foco estava no objto observado e não nos nossos olhos. Assim foi com minha viagem à Curitiba.
Cheguei e me assustei com a forma das coisas e pessoas e só com o passar do tempo fui me permitindo adaptar minha retina à luz dessa nova imagem que se formava ao meu redor: Curitiba e os curitibanos.
Hoje, às vésperas de deixar esta cidade, consigo ver a beleza dessa gente que estranha à príncípio e se desmancha em favores e generosidades com o passar dos dias.
Pude ver que para se ter lugares tão bem preservados é preciso levar seu trabalho com afinco e seriedade. Aqui tudo funciona e o melhor foi perceber que o preconceito estava em mim, não neles! Aqui se beija em qualquer lugar quem vc quizer beijar, homem ou mulher, seja vc homem ou mulher...e todo mundo acha super-natural.
Aqui, vi o trânsito de uma grande avenida parar (literalmente) para dar passagem a um velhinho de bengala que não poderia caminhar mais alguns passos até a faixa de pedestres. E isso sem uma buzina o apressando ou o precionando.
Aqui vi regras d acesso a alguns locais serem mudadas para se adequarem à pessoas especiais... e tudo isso na maior cortesia e respeito.
Fui a um churrasco na casa da senhora que chamou baiano de preguiçoso e que eu (intolerantemente) retruquei que baiano é tão preguiçoso quanto curitibano é mal-educado. E foi uma delícia e trocamos telefone, e-mais e presentes...
Isso aqui foi uma viagem mais que geográfica e saio daqui deixando saudades levando lembranças.
Tenho tudo o que aprender da vida...que bom!!!!

domingo, 10 de janeiro de 2010

CUritiba


Estou nesta cidade fria, de gente fria...
Até que ponto o clima repercute na personalidade dos habitantes de um lugar?
A cidade que estou não é a minha... é de estranhos.
Cidade limpa, higiênica, politicamente correta com seus corredores p/ deficientes e acessos para todos...no entanto, o povo parece usar uma armadura escrita; "PARE", sempre. Parecem personagens de ópera bufa. Sem sentimentos, sem emoções, sem alface no dente... só na alma... A alma dessa gente me parece esquálida e sem beleza. A beleza daqui vem dos outros, não deles. Os deficientes tem rampas de acesso a tudo quanto é lugar mas o acesso à essa gente é deficiente; combina com a ar higiênico demais... onde se limpou tanto que tirou o cheiro próprio. É quase uma água mineral: sem cheiro, sem cor, sem gosto! Inóspida e inodora!
O trânsito aqui flui, mas não a interação entre as pessoas.
Só o que chama a atenção é que numa terra tão "água mineral", a cor das flores seja tão intensa. É engraçado ver a falta de polidez desse povo que se acha tão civilizado.
Aqui você vem, vê e sai sem sentir vontade de voltar!

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

"Nos debateremos sempre na tentativa de voar".


Esta frase foi retirada de um belíssimo texto de um colega genial.
Agora, reflita comigo, caro leitor, o quanto o ser humano pode ser desumano consigo e com o próximo quando o assunto é viver... Vida, essa imensa tela de nuances e possibilidades de cores, sabores e odores...
O adubo só cheira ou também fertiliza?
A dor só machuca ou também fortalece?
O outro é realmente o outro ou o que vemos de nós?
A janela é uma moldura, uma armadura ou uma possibilidade de ver o que há além?
Uma mosca vive 24 horas... Quanto tempo de vida você acha que tem?
Enquanto vive, você escolhe sentar e assistir o que se passa além de um vidro ou escolhe voar lá fora?
Por medo de viver você prefere fingir que se debate ou de fato se debate e se desprende das suas correntes?
A águia vive mais que uma mosca e em determinada etapa de sua vida, ela precisa desvencilhar-se de acomodações para que possa ser mais forte e mais poderosa... A mosca vive pouco, mas vive tudo o que tem pra viver. Pior é a galinha que tem asas e não voa como diria Leonardo Boff!
A vida É!
Nossos vôos, nossos sonhos, nossos passos... Nossos tropeços, nossos pesadelos, nossas correntes...
Até que ponto nos detemos, fingindo estar nos debatendo, quando o nosso verdadeiro intuito é verificar o olhar do outro sobre nós e sobre o que fazemos? Como se fosse importante de fato o que o outro pensa sobre nós. O ímpeto de estar sempre agradando ao que está sentado ao nosso lado ou olhando nossos passos, faz com que nos percamos de nós mesmos por quê... O que o outro pensa sobre mim... é problema dele!
Quando estamos de fato apaixonados pelo nosso sonho, não há nada que dificulte nosso vôo... Nem o vidro da janela. Podemos sim ser moscas no tocante à vulnerabilidade de nossas asas e rapidez do nosso tempo de vida, mas, certamente somos águias quando estamos imbuídos de percorrer o caminho que escolhemos por paixão. Podemos como diz a lenda, perder nossas garras momentaneamente, mas, isso só aguçará nosso olhar diante da imensidão de possibilidades que podemos ter aos nossos pés, se podermos nos levantar e fazer parte dessa linda dança que é viver. Sair do nosso ônibus, sair de trás do vidro, sair do nosso limbo e finalmente, sentir o vento na cara e encarar nossas escolhas como parte de nossas asas. Por que sem elas, não somos nem moscas... Somos zumbidos!
Comecei com a frase de um colega genial e finalizo com uma frase de um gênio, Shakespeare:
"Nossas dúvidas faz com que percamos muitas coisas boas que poderíamos ter ganho se não fosse o medo das tentativas".